"A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo." N. Mandela

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Sistema Ortográfico


As letras K, W e Y são consideradas consoantes ou vogais?

Conforme o novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa, as letras K, W e Y foram incluídas no alfabeto e obedecem às regras gerais que caracterizam consoantes e vogais. Do ponto de vista fonético-fonológico, consoante é um fonema pronunciado com a interrupção do ar feita por dentes, língua ou lábios. Já a vogal é um fonema pronunciado com a passagem livre do ar pela boca. Outra distinção entre um grupo e outro de letras recai sobre a pronúncia: a consoante precisa de uma vogal para formar sílabas e ser pronunciada, e a vogal, não. Ela se basta.

Seguindo essas regras, o Y é uma vogal, já que foi traduzido do alfabeto grego como I e mantém esse som nas palavras em que é usado, como em ioga. Quando aportuguesada, a palavra originalmente grafada com Y passa a ser grafada com I - como em iene, moeda japonesa. O K corresponde, em português, ao som do C ou QU - como vemos em Kuait -, sendo considerado consoante. Já o W deve ser empregado de acordo com sua pronúncia na língua original, isto é, ora com som de V, quando proveniente do alemão (como Wagner), ora com som de U, quando de origem inglesa (caso de web). Com isso, a letra W é considerada consoante ou vogal, conforme o uso.

Prof. Clóvis

GUIA PRÁTICO DA NOVA ORTOGRAFIA

Mudanças no alfabeto

O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y.
O alfabeto completo passa a ser: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z

As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas em várias situações.
Por exemplo:
a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg (quilograma), W (watt);
b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.

Trema

Não se usa mais o trema ( ¨ ), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui.

Como era: agüentar, argüir, bilíngüe, cinqüenta, delinqüente, eloqüente,ensangüentado, eqüestre, freqüente, lingüeta, lingüiça, qüinqüênio, sagüi,seqüência, seqüestro, tranqüilo,

Como fica: aguentar, arguir, bilíngue, cinquenta, delinquente, eloquente, ensanguentado, equestre, frequente, lingueta, linguiça, quinquênio, sagui, sequência, sequestro, tranquilo.

Atenção: o trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas. Exemplos: Müller, mülleriano.

Mudanças nas regras de acentuação

1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).

Como era: alcalóide, alcatéia, andróide, apóia, apóio(verbo apoiar), asteróide, bóia, celulóide, clarabóia, colméia, Coréia, debilóide, epopéia, estóico, estréia, estréio (verbo estrear), geléia, heróico, idéia, jibóia, jóia, odisséia, paranóia, paranóico, platéia, tramóia.

Como fica: alcaloide, alcateia, androide apoia, apoio (verbo apoiar), asteroide, boia, celuloide, claraboia, colmeia, Coreia, debiloide, epopeia, estoico, estreia, estreio(verbo estrear), geleia, heroico, ideia, jiboia joia, odisseia, paranoia, paranoico, plateia tramoia.

Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis.
Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.

2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem depois de um ditongo.

Como era: baiúca, bocaiúva, cauíla, feiúra.

Como fica: baiuca, bocaiuva, cauila, feiura.

Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos de s), o acento permanece.
Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.

3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s).

Como era: abençôo, crêem (verbo crer), dêem (verbo dar), dôo (verbo doar), enjôo, lêem (verbo ler), magôo (verbo magoar), perdôo (verbo perdoar), povôo (verbo povoar), vêem (verbo ver), vôos, zôo.

Como fica: abençoo creem (verbo crer), deem (verbo dar), doo (verbo doar), enjoo, leem (verbo ler), magoo (verbo magoar), perdoo (verbo perdoar), povoo (verbo povoar), veem (verbo ver), voos, zoo.

4. Não se usa mais o acento que di-ferenciava os pares pára/para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.

Como era: Ele pára o carro. Ele foi ao pólo Norte. Ele gosta de jogar pólo. Esse gato tem pêlos brancos. Comi uma pêra.

Como fica: Ele para o carro. Ele foi ao polo Norte. Ele gosta de jogar polo. Esse gato tem pelos brancos. Comi uma pera.

Atenção: Permanece o acento diferencial em pôde/pode.
Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do singular.
Pode é a forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa do singular.

Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.

Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição.

Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.

Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.).

Exemplos: Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros. Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba. Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra. Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes. Ele detém o poder. / Eles detêm o poder. Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas.

É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/ fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Veja este exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?

5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir.

6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir, etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo.

Veja: a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas.

Exemplos:
verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem.
verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínquam.

b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas.

Exemplos: (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as outras): verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem. verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam.

Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e i tônicos.

Uso do hífen

Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo. Mas, como se trata ainda de matéria controvertida em muitos aspectos, para facilitar a compreensão dos leitores, apresentamos um resumo das regras que orientam o uso do hífen com os prefixos mais comuns, assim como as novas orientações estabelecidas pelo Acordo. As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, in-fra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice, etc.

1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h.

Exemplos: anti-higiênico, anti-histórico, co-herdeiro, macro-história, mini-hotel, proto-história, sobre-humano, super-homem, ultra-humano.

Exceção: subumano (nesse caso, a palavra humano perde o h).

2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento.

Exemplos: aeroespacial, agroindustrial, anteontem, antiaéreo, antieducativo, autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, autoinstrução, coautor, coedição, extraescolar, infraestrutura, plurianual, semiaberto, semianalfabeto, semiesférico, semiopaco.

Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.

3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de r ou s.

Exemplos: anteprojeto, antipedagógico, autopeça, autoproteção, coprodução, geopolítica, microcomputador, pseudoprofessor, semicírculo, semideus, seminovo, ultramoderno.

Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen.

Exemplos: vice-rei, vice-almirante etc.

4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras.

Exemplos: antirrábico, antirracismo, antirreligioso, antirrugas, antissocial, biorritmo, contrarregra, contrassenso, cosseno, infrassom, microssistema, minissaia, multissecular, neorrealismo, neossimbolista, semirreta, ultrarresistente, Ultrassom.

5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal.

Exemplos: anti-ibérico, anti-imperialista, anti-inflacionário, anti-inflamatório, auto-observação, contra-almirante, contra-atacar, contra-ataque micro-ondas micro-ônibus semi-internato, semi-interno.

6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante.

Exemplos: hiper-requintado, inter-racial, inter-regional, sub-bibliotecário, super-racista, super-reacionário, super-resistente, super-romântico.

Atenção: Nos demais casos não se usa o hífen.

Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, superproteção.

Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região, sub-raça etc.

Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc.

7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal.

Exemplos: hiperacidez, hiperativo, interescolar, interestadual, interestelar, interestudantil, superamigo, superaquecimento, supereconômico, superexigente, superinteressante, superotimismo.

8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen.

Exemplos: além-mar, além-túmulo, aquém-mar, ex-aluno, ex-diretor, ex-hospedeiro, ex-prefeito, ex-presidente, pós-graduação, pré-história, pré-vestibular, pró-europeu, recém-casado, recém-nascido, sem-terra.

9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim.

Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.

10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares.

Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.

11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição.

Exemplos: girassol, madressilva, mandachuva, paraquedas, paraquedista, pontapé.

12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte.

Exemplos: Na cidade, conta-se que ele foi viajar.
O diretor recebeu os ex-alunos.

Resumo

Emprego do hífen com prefixos.

Regra básica - Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-homem.

Outros casos:
1. Prefixo terminado em vogal: Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.
Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírculo.
Sem hífen diante de r e s.
Dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial, ultrassom.
Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-ondas.

2. Prefixo terminado em consoante:
Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-bibliotecário.
Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, supersônico.
Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.

Observações:
1. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r sub-região, sub-raça etc.
Palavras iniciadas por h perdem essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade.

2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc.

3. O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.

4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-almirante etc.

5. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista etc.

6. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.

Fonte: Guia Prático da Nova Ortografia - Douglas Tufano
Editora Melhoramentos - Agosto de 2008


EVOLUÇÃO DAS MUDANÇAS ORTHOGRÁFICAS

Os fhilólogos com a phalavra. Ontem eu fui à Pharmácia, comprar um vidro de Phimatosam. Ontem também foi um tempo ruim para nossa ortografia, tendo em vista as variações das palavras e acentuações. Supressão de letras do alphabeto etc. Estamos novamente à braços com esta re-ratificação da ortografia, com muitas inovações, que parecem ser lógicas e coerentes.

Mas ainda de difícil assimilação das exceções introduzidas no nosso idioma. Mas, pelo andar da carruagem, esta não será a última mudança. Estou estranhando muito e vai levar tempo para mudar completamente minha opinião. Porque meus próprios dedos e o cérebro estão acostumados a acentuar, colocar hífen (couve-flor), trema (tranqüilo) etc. E então, o correto é SHAMPOO ou XAMPU?

DISCUTINDO A LÍNGUA PORTUGUESA

Um panorama da evolução do registro escrito da língua portuguesa por Elis de Almeida Cardoso (www.discutindolinguaportuguesa.com.br) Hieróglifos, ideogramas ou, simplesmente, letras? Seja qual for o sinal gráfico utilizado, registrar as palavras para atingir um interlocutor distante no tempo e no espaço é o principal objetivo da escrita. O uso das letras (grafemas), representando os sons da fala, constitui a chamada escrita (grafia) alfabética. A ortografia, da combinação dos elementos de origem grega orto- (reto, direito, correto, normal) e -grafia (representação escrita de uma palavra), é, segundo o dicionário Houaiss, "o conjunto de regras estabelecidas pela gramática normativa que ensina a grafia correta das palavras".

As pessoas que escrevem errado e cometem os chamados erros de português, tão criticadas por professores de língua, na maioria das vezes, são tidas como ignorantes. Trocar ch por x, g por j ou s por z, na verdade, não são propriamente erros de português, são erros de ortografia. As confusões ortográficas são, entretanto, totalmente compreensíveis, uma vez que nenhum sistema gráfico é perfeito - a escrita é uma tentativa de representação da fala e, por isso, ninguém conseguirá escrever exatamente como fala. A escrita é, portanto, artificial. Saber qual letra escolher na hora de escrever uma palavra é uma tarefa que exige memorização (principalmente a visual) e treino. Que atire a primeira pedra quem nunca se enganou.

Desconhecer ortografia não significa desconhecer gramática. É simplesmente desconhecer uma simples convenção, um decreto que tem o objetivo de sistematizar a forma das palavras. Cabeças e sentenças Mas nem sempre foi assim. Já houve uma época em que cada escritor grafava as palavras como queria e, assim, para uma mesma palavra podiam se encontrar inúmeras formas. Escrever hoje sem h, seria, hoje, algo inadmissível, porém, o primeiro documento escrito em terra brasileira, a Carta de Caminha, inicia-se desta maneira: "Datada deste porto seguro davosa jlha da vera cruz oje sesta feira primeiro de mayo de 1500..." - ainda bem que as versões escolares da carta apresentam a ortografia vigente, se não haveria muito professor de cabelo em pé, querendo corrigir os erros do escrivão da armada de Cabral. Até o século 16, havia uma tentativa de representar por meio da escrita os sons da fala, ou seja, o que se percebe, nos documentos mais antigos, é uma grafia fonética.

De qualquer maneira, não existia uma norma, uma padronização. Houve, portanto, nesse período, muita instabilidade gráfica. O som de /i/ podia ser representado graficamente por i ou y. Além disso, nota-se que a pronúncia das palavras varia de indivíduo para indivíduo e de região para região, o que pode alterar uma grafia que se baseia na fonética. Em documentos dos séculos 12 ao 15, uma palavra tão comum como igreja aparece com dez grafias diferentes: ygreja, eygreya, eygleyga, eigreia, eygreia, eygreyga, igleja, igreia, igreja e ygriga. No século 16, com o Renascimento, o latim volta a ter muito prestígio.

Os latinismos enriquecem o léxico português, e passam a ser valorizadas formas gráficas restauradas, com base no latim - regno por reino, fructo por fruto. O bonito complicado Há nesse momento, segundo gramáticos como J.J. Nunes, um recuo nos tempos. A ortografia fonética era muito mais simples, mas, para fazer com que a língua portuguesa ganhasse status de língua de cultura e se aproximasse do almejado padrão clássico, foram valorizados os grupos ch (com som de k), ph, rh, th. A palavra tipografia, por exemplo, era grafada typographia. Essa fase da ortografia, chamada de pseudo-etimológica, perdura até o início de século 20. Pseudo-etimológica, porque, no afã do uso do elegante y, uma palavra como lírio - do grego leírion por meio do latim lilìum - era grafada lyrio, ou seja, o y não existia na forma original da palavra. Essa vontade de escrever complicado para ficar bonito permanece até hoje.

Em pleno século 21, há quem prefira grafias que chamem a atenção, principalmente para registrar nomes próprios: Thays e Raphael são formas tão comuns quanto Taís e Rafael. Se, por um lado, no século 16, a ortografia pseudo-etimológica agradava, por outro, gramáticos tentavam a volta da simplificação. Em 1576, Duarte Nunes de Leão publicou a sua Orthographia da Lingoa Portuguesa (a própria palavra ortografia era grafada com th e ph), tentando melhorar a "scriptura" que, segundo o autor, andava "mui depravada". Em Ortographia ou Arte para Escrever Certo na Lingua Portuguesa (1633), Álvaro Ferreira de Vera criticou o desrespeito à pronúncia na escrita. No século 18, foi a vez de Luiz António Verney ir contra a escrita de base etimológica.

Em sua obra Verdadeiro Método de Estudar (1746), criticou o emprego das letras dobradas (quando não pronunciadas), o uso do c antes do t, do ch por /k/. Achava ainda que consoantes não pronunciadas como o g e o h deveriam simplesmente desaparecer.

Simplificação
No século 19, Antonio de Moraes Silva, no prefácio de seu Diccionario da Lingua Portugueza (7ª edição, Lisboa, 1877), diz que a falta de uma ortografia fixa causava muitas oscilações e trazia, sem dúvida, muitos problemas ao dicionarista.

Escritores como Garrett e Castilho brigavam pela simplificação ortográfica. Dessa forma, o século 20 começou com a ortografia mergulhada no mais perfeito caos, ou melhor, chaos. Cada um escrevia de acordo com suas próprias idéias, ou seja, havia praticamente uma ortografia para cada escritor. Em 1904, Gonçalves Viana, foneticista, filólogo e lexicólogo português, apresentou em um volume intitulado Ortografia Nacional uma proposta de simplificação ortográfica. Ele próprio sabia que se tratava de um grande desafio. Afinal, valorizar aspectos da fala, afastando-se do latim, tornava a língua mais popular. Isso desagradava, sem dúvida, aos doutos. Gonçalves Viana não se abateu diante das críticas, ao contrário, enfrentou-as, dizendo que a ortografia etimológica "é uma superstição herdada, um erro científico, filho de um pedantismo que (...) assoberbou os deslumbrados adoradores da antiguidade clássica". Para ele, o domínio da escrita deveria atingir o maior número possível de pessoas: quem soubesse ler, teria que saber escrever.

Novos tempos
As regras apresentadas por Gonçalves Viana estão muito próximas das que vigoram hoje. Basicamente eram as seguintes: 1) supressão de todos os símbolos da etimologia grega: th, ph, ch (= k), rh e y; 2) redução das consoantes dobradas, com exceção de rr e ss; 3) eliminação das consoantes nulas, quando não influíssem na pronúncia da vogal anterior; 4) regularização da acentuação gráfica. Se apenas em 1911 uma comissão de filólogos se reuniu em Portugal para oficializar a nova ortografia, em 1907 as influências de Gonçalves Viana já haviam chegado ao Brasil. Nesse ano, foi elaborado pela Academia Brasileira de Letras (ABL), a partir de uma proposta de Medeiros de Albuquerque, um projeto de reformulação ortográfica. Em 12 regras, o Brasil se antecipava, modernizando a ortografia. Em 1912, João Ribeiro redigiu a regulamentação desse projeto, aprovado em 1907, e, em 1915, a Academia Brasileira de Letras aprovou o projeto de Silva Ramos, que ajustou a reforma brasileira aos padrões da reforma portuguesa de 1911. Porém, dando um passo para trás, em 1919, o Brasil, que se havia antecipado em relação a Portugal, revoga, por indicação do acadêmico Osório Duque Estrada, tudo que tinha sido estabelecido em 1907.

Ou seja, nada de reformas e nada de simplificações. Enquanto Portugal aplicava a nova ortografia, o Brasil regredia três séculos. Simplificação Em 1929, a Academia tentou restaurar o sistema ortográfico simplificado, mas não houve aceitação popular. Em 30 de abril de 1931, finalmente é assinado um acordo Brasil-Portugal. O Brasil adota o projeto português de 1911. O vaivém ortográfico, entretanto, não parava por aí. Depois de oficializado em 1933, o acordo de 1931 é derrubado pela Constituição Brasileira de 1934, que mandava voltar à ortografia da Constituição de 1891. Isso é verdadeiramente incrível! Em pleno século 20, depois de toda a revolução modernista, voltar ao ph! Não é preciso dizer que a revolta foi geral. Professores, escritores, editores, juristas e até a própria ABL clamavam contra esse infeliz decreto. Só em 1938 a paz ortográfica é restabelecida com a volta do acordo de 31. Iniciou-se a partir daí um processo de uniformização da ortografia brasileira e portuguesa, que culminou no acordo de 1943. Nesse momento, os governos dos dois países assinaram a convenção "para a Unidade, Ilustração e Defesa do Idioma Comum". Foi nomeada uma comissão responsável pela preparação do Pequeno Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. Em 1945, o acordo tornou-se lei em Portugal. O Brasil manteve a ortografia do Vocabulário de 1943. Em 1971, no governo Médici, um novo decreto é assinado. A ortografia de 1943 sofreu pequenas alterações. Essa foi a última reforma e perdura até hoje.

Em Portugal, o decreto de 1945 não foi alterado. Sem fim Mas, ao que parece, o ponto final dessa história não chega nunca. Descontentes com a existência de duas grafias diferentes e alegando que isso pode trazer problemas não só lingüísticos, mas também políticos, os acadêmicos voltaram a insistir em uma nova reforma. A partir de 1975, após a independência das colônias portuguesas africanas (São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Angola e Moçambique), o problema se agravou, já que passaram a ser sete os países envolvidos numa tentativa de uniformização ortográfica. Em maio de 1986, no governo Sarney, houve uma primeira tentativa de se estabelecer um acordo ortográfico, envolvendo os sete países de língua portuguesa.

Após um encontro, no Rio de Janeiro, foi elaborado um novo acordo. Por ser considerado muito radical - o projeto propunha a supressão dos acentos nas proparoxítonas e paroxítonas -, acabou sendo rejeitado, principalmente por Portugal, e condenado ao fracasso. Contudo, se a persistência vence, em 1990 lá estavam os acadêmicos e representantes de governo novamente reunidos - agora em Lisboa -, debatendo (e batendo-se por) uma unificação ortográfica. Desse encontro, ficou decidido que: os signatários do acordo deveriam transformá-lo em lei; a Academia de Ciências de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras seriam responsáveis pela publicação de um vocabulário ortográfico comum da língua portuguesa.

Novo acordo
Esse novo texto, bem menos problemático que o de 1986, tinha dois grandes objetivos: 1) fixar e delimitar as diferenças entre os falantes da língua e 2) criar uma comunidade com uma unidade lingüística expressiva para ampliar seu prestígio no âmbito internacional. Publicado por Antônio Houaiss (A Nova Ortografia da Língua Portuguesa, São Paulo, Ática, 1991), o novo acordo deveria entrar em vigor em 1994. Não foi o que aconteceu. Ratificado, em 1996, apenas por Portugal, Brasil e Cabo Verde - prevendo-se que Timor Leste também o aceite, já que, depois de sua independência, tornou-se membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) -, o acordo continua adormecido.

Quase dez anos se passaram e, até agora, a ortografia vigente no Brasil é a do acordo luso-brasileiro de 1943 (sancionado pelo Decreto-Lei nº 2.623, de 21 de outubro de 1955, e simplificado pela Lei nº 5.765, de 18 de dezembro de 1971). Além das diferenças em relação ao uso do trema (em Portugal esse sinal gráfico não é usado e no Brasil é obrigatório nos grupos que, qui, gue, gui, quando o u for átono e pronunciado), ao emprego do hífen e principalmente à acentuação (o Antônio brasileiro é o António português), é o tratamento dado às chamadas consoantes mudas o que mais chama a atenção entre a ortografia européia e a brasileira: acto, baptismo, correcção e óptimo, em Portugal, correspondem a ato, batismo, correção e ótimo no Brasil.

O acordo de 1994 dava conta dessa questão. Dificuldades atuais Viu-se, até aqui, o quanto é difícil chegar a um consenso em relação às regras ortográficas. Parece que nunca se alcançará o ideal. Por mais que a ortografia se aproxime da fonética - e já ficou provado que é realmente o desejável -, a língua falada, além de apresentar variações geográficas, muda no tempo muito rapidamente e não há forma de escrita que consiga acompanhar todos esses matizes e todas essas transformações. É necessário que haja uma única forma gráfica, sem dúvida. O que seria do português brasileiro se para a palavra colégio o paulista grafasse coléjo, o carioca culégio e o baiano cólégio.

Haveria uma retomada da confusão medieval. O pior problema, entretanto, é o fato de um único grafema ser correspondente a vários fonemas (sons). O x corresponde a /s/ - máximo, /z/ - exame, /ch/- Xuxa - além de ks (dois fonemas) - tóxico -, e a um único fonema corresponderem vários grafemas: o som /s/ pode ser escrito com c, ç, s, ss, sc, sç, x, xc, z. Muitas vezes, o que se percebe é que o uso atropela as regras, principalmente no que diz respeito à grafia das palavras de origem estrangeira. Diz a regra que o x, deve ser usado em palavras provenientes de línguas modernas. Daí a grafia de shampoo deveria ser xampu. Assim registra o dicionário. Não há, porém, nenhuma marca de xampu disponível nos supermercados brasileiros. O ç, por convenção, deve ser usado em palavras de origem tupi. É o que deveria ocorrer com o sufixo -açu, por ter essa origem. A cidade paulista de Pirassununga não segue a regra. Foz do Iguaçu, recentemente, quis ser Foz do Iguassu, alegando que o ç não faz parte do universo on-line. A mudança não pegou. Já que o assunto é ss, a velha e boa mussarela, aquela, da pizza (e não pítça), simplesmente não existe. O que existe é a muçarela, isso mesmo, com ç, ou ainda a mozarela. Mozarela? Sim, do italiano mozzarella. Dá para engolir?

O século 20 acabou, e a questão ortográfica não se resolveu por completo. Há muito ainda o que discutir sobre o uso das letras, dos acentos e até do hífen. Enquanto os problemas continuam atormentando acadêmicos e parece que não terão fim tão cedo, adolescentes do novo milênio adotam em seus blogs uma nova ortografia. No chamado internetês, o k substitui o qu (aki = aqui), o x vale por ss (axim = assim) e o h transforma-se em acento agudo (ateh = até). Seria o prenúncio da ortografia virtual? Só o tempo dirá.

Autora: Elis de Almeida Cardoso é doutora em Letras, professora de Língua Portuguesa na Universidade de São Paulo e autora do capítulo A Formação Histórica do Léxico da Língua Portuguesa (A Língua que Falamos: São Paulo: Globo, 2005. org. Luiz Antônio da Silva).
Enviado por: Rivaldo Cavalcante

Fonte: http://www.velhosamigos.com.br/ortografia.html

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

O Absolutismo

Introdução

Podemos definir o absolutismo como um sistema político e administrativo que prevaleceu nos países da Europa, na época do Antigo Regime (séculos XVI ao XVIII ).
Características
No final da Idade Média (séculos XIV e XV), ocorreu uma forte centralização política nas mãos dos reis. A burguesia comercial ajudou muito neste processo, pois interessa a ela um governo forte e capaz de organizar a sociedade. Portanto, a burguesia forneceu apoio político e financeiro aos reis, que em troca, criaram um sistema administrativo eficiente, unificando moedas e impostos e melhorando a segurança dentro de seus reinos.

Nesta época, o rei concentrava praticamente todos os poderes. Criava leis sem autorização ou aprovação política da sociedade. Criava impostos, taxas e obrigações de acordo com seus interesses econômicos. Agia em assuntos religiosos, chegando, até mesmo, a controlar o clero em algumas regiões.

Todos os luxos e gastos da corte eram mantidos pelos impostos e taxas pagos, principalmente, pela população mais pobre. Esta tinha pouco poder político para exigir ou negociar. Os reis usavam a força e a violência de seus exércitos para reprimir, prender ou até mesmo matar qualquer pessoa que fosse contrária aos interesses ou leis definidas pelos monarcas.
Exemplos de alguns reis deste período :

Henrique VIII - Dinastia Tudor : governou a Inglaterra no século XVII
Elizabeth I - Dinastia Stuart - rainha da Inglaterra no século XVII
Luis XIV - Dinastia dos Bourbons - conhecido como Rei Sol - governou a França entre 1643 e 1715.
Fernando e Isabel - governaram a Espanha no século XVI.

O absolutismo na França

Foi na França que o absolutismo teve seu maior desenvolvimento. A frase "L'État, c'est moi" (“O estado sou eu”), que representa muito bem o poder do monarca absolutista, foi proferida pelo rei francês Luís XIV.

O regime absolutista francês começou a se formar após o final da Guerra dos Cem Anos (1337-1453). Embora vencedora, a França encontrava-se desorganizada com vários sistemas jurídicos, privilégios e tradições. O rei surgiu como um elemento centralizador capaz de dar unidade política e econômica à França.

O primeiro monarca a seguir a linha absolutista na França foi Luís XI, que usou vários esquemas para estender a sua autoridade a todos os territórios que formavam a França em meados do século XVI. No campo político, seu governo se pautou no sentido de afirmar sua autoridade diante dos direitos da nobreza e do clero (originários dos privilégios feudais).

Se Luís XI é considerado o consolidador do absolutismo na França, foi com Luís XIV que o regime atingiu seu auge. Conhecido como o “Rei Sol”, Luís XIV governou com autoridade absoluta, usufruindo, junto com a corte, de todos os luxos, poderes e privilégios possíveis.

O absolutismo francês durou até 1789, quando a Revolução Francesa colocou fim ao regime absolutista no país.


Principais reis absolutistas franceses :

- Luís XI (Dinastia dos Valois) - governou a França de 1461 a 1483). É considerado o consolidador do regime absolutista na França.

- Henrique IV (Dinastia dos Bourbons) - governou a França entre 1589 e 1610.
- Luis XIV (Dinastia dos Bourbons) - conhecido como Rei Sol - governou a França entre 1643 e 1715.
- Luis XV (Dinastia dos Bourbons) - governou a França entre 1715 e 1774.

- Luis XVI ( Dinastia dos Bourbons) - governou a França entre 1774 e 1789.

O absolutismo na Inglaterra

Contexto histórico do surgimento

O absolutismo na Inglaterra teve início com a centralização do poder na figura do monarca, na segunda metade do século XV, após a Guerra dos Cem Anos e a Guerra das Duas Rosas. Foi a dinastia Tudor (Henrique VII foi o primeiro monarca), que conseguiu obter, a partir de 1485, apoio do Parlamento inglês e da burguesia, favorecendo a formação do absolutismo na Inglaterra.

Principais características do absolutismo na Inglaterra

- Centralização do poder nas mãos do monarca, que controlava a política, a justiça e a economia da Inglaterra.

- Controle do monarca sobre a religião. Henrique VIII rompeu com a Igreja Católica e criou a Igreja Anglicana.

- Luta entre as dinastias (famílias reais) pelo controle do poder.

Principais dinastias e suas realizações

Dinastia Tudor

- Governou a Inglaterra entre os anos de 1485 e 1603.

- O principal monarca desta dinastia foi Henrique VIII, que controlou o Parlamento inglês e, através do Ato de Supremacia (1534), tornou o anglicanismo a religião oficial da Inglaterra.

- Elisabeth I, filha de Henrique VIII, deu um grande impulso ao mercantilismo na Inglaterra, tornando o país uma potência marítima-comercial. Durante seu reinado começou a colonização da América do Norte (regiões dos atuais EUA e Canadá).

Dinastia Stuart

- Governou a Inglaterra entre os anos de 1603 e 1714.

- Um dos principais reis desta dinastia foi Jaime I, que governou entre 1603 e 1625. Conseguiu unir a Escócia com a Inglaterra. Teve grande apoio da nobreza, porém sofreu com a resistência do Parlamento. Utilizou a perseguição religiosa para impor o anglicanismo.

- Filho de Jaime I, Carlos I foi outro importante rei absolutista inglês. Seu governo foi e 1625 a 1648. Buscando reduzir e controlar o governo deste monarca, o Parlamento entrou em conflito com ele. Carlos I dissolveu o Parlamento, como forma de restaurar os poderes absolutos da monarquia. Este conflito de poderes foi uma das principais causas da guerra civil que ocorreu na Inglaterra entre os anos de 1641 e 1649. Liderados por Oliver Cromwell, os opositores ao rei saíram vencedores. Carlos I foi executado a pedido do Parlamento, sepultando assim o absolutismo na Inglaterra.

Fonte: http://www.suapesquisa.com/absolutismo/

Vídeo-aula:

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Feudalismo


O feudalismo foi o sistema sócio-econômico dominante na Idade Média. É derivado de feudo: área de direito do senhor sobre as pessoas, coisas e terras.

Periodização:

Séc. III - VIII - formação do Feudalismo, tem início com as primeiras invasões bárbaras;
Séc. VIII - XI - apogeu do Feudalismo;
Séc. XI - XV - decadência.

O feudalismo ocorreu entre o século V e XV, após a queda do Império Romano e que se divide em pequenos reinos, porém esses reinos não foram capazes de solucionar os problemas de segurança das pessoas, e no século V a população começa a fazer um êxodo urbano, pois a população estava indefesa contra os ataques  dos Germanos procurando assim se esconder dos ‘‘bárbaros’’. 

A sociedade feudal era formada pela aristocracia proprietária de terras (composta pelo alto clero e pela nobreza) e pela massa de camponeses (servos e vilões não proprietários). 

O clero ocupa papel relevante na sociedade feudal. Os sacerdotes destacavam-se como servidores de Deus, detentores da cultura e administradores das grandes propriedades da Igreja, além de sua marcante ação assistencial aos desvalidos. A Igreja procurava legitimar o modo de agir da aristocracia, afirmando que Deus tinha distribuído tarefas específicas a cada homem e que, portanto, uns deviam rezar pela salvação de todos (o clero), outros deviam lutar para proteger o povo de Deus (a nobreza) e os outros deviam alimentar com seu trabalho, aqueles que oravam e guerreavam (os camponeses). 

O sistema feudal tem origem em instituições tanto do mundo romano quanto do germânico. A principal unidade econômica de produção era o feudo, que se dividia em três partes distintas: a propriedade privada do senhor, chamada manso senhoril, no interior da qual se erigia um castelo fortificado, o manso servil, que correspondia à porção de terra arrendada aos camponeses em lotes denominados tenências, e ainda o manso comunal,constituído por terras coletivas, pastos e bosques, usados tanto pelo senhor quanto pelos trabalhadores camponeses presos à terra – os servos. Diante da crise econômica e das invasões germânicas, muitos dos grandes senhores romanos abandonaram as cidades e foram morar nas suas propriedades no campo. Esses centros rurais, conhecidos por vilas romanas, deram origem aos feudos medievais. Muitos romanos menos ricos passaram a buscar proteção e trabalho nas terras desses grandes senhores. Para poderem utilizar as terras, no entanto, eles eram obrigados a entregar ao proprietário parte do que produziam, estava instituído assim, o colonato. Aos poucos, o sistema escravista de produção no Império Romano ia sendo substituído pelo sistema servil de  produção, que iria predominar na Europa feudal. Nascia, então, o regime de servidão, onde o trabalhador rural é o servo do grande proprietário.

No sistema feudal, o rei concedia terras a grandes senhores. Estes, por sua vez, davam terras a outros senhores menos poderosos, chamados cavaleiros, que, em troca lutavam a seu favor. Quem concedia a terra era um suserano, e quem a recebia era um vassalo. As relações entre o suserano e o vassalo eram de obrigações mútuas, estabelecidas através de um juramento de fidelidade. Quando um vassalo era investido na posse do feudo pelo suserano, jurava prestar-lhe auxílio militar. O suserano, por sua vez, se obrigava a dar proteção jurídica e militar ao vassalo. O feudo (terra) era o domínio de um senhor feudal. Não se sabe  o tamanho médio desses feudos.

Características Econômicas e Sociais:

Durante a alta idade média, que transcorreu entre o século V ao século XI, devido, principalmente a instabilidade política, fruto das invasões bárbaras, a economia feudal caracterizou-se pela auto-suficiência. Isto significa dizer que o feudo buscava produziu tudo que era necessário para a manutenção da comunidade. A quase inexistência de comércio impedia que houvesse um abastecimento externo ao feudo.

Assim, as principais atividades econômicas estavam associadas à manutenção das pessoas. Merece destaque a produção agrícola e a criação de animais.

Já na baixa idade média notou-se uma ruptura com as características de subsistência que apresentava o feudalismo. Com o fim das invasões e o surgimento de novas técnicas agrícolas foi possível a comercialização do excedente de produção.

O aumento do comércio promoveu o desenvolvimento das cidades medievais. Grande parte dessas antigas cidades tinha um núcleo fortificado com muralhas, chamado burgo.

Com o crescimento da população, o burgo foi alargando seus limites para além das muralhas. Os comerciantes e artesãos que viviam em torno dos burgos eram chamados de burgueses.

Aos poucos, o progresso do comércio e das cidades foi tornando a burguesia mais rica e poderosa, passando a disputar interesses com a nobreza feudal. Além disso, a expansão do comércio também influenciou na mentalidade da população camponesa, contribuindo para desorganizar o feudalismo. 

Cansados da exploração feudal, muitos servos ouviam entusiasmados as notícias da agitação comercial das cidades. Grande número deles migrava para as cidades em busca de melhores condições de vida. As cidades tornaram-se locais seguros para aqueles que desejavam romper com a rigidez da sociedade feudal. 
Por isso, um antigo provérbio alemão dizia: O ar da cidade torna o homem livre.

Os servos que não migraram para as cidades organizaram no campo diversas revoltas contra a opressão dos senhores. Em muitos casos, conseguiram aliviar o peso de algumas obrigações, como a talha e a corvéia. Isso foi forçando a modificação das antigas relações servis. Surgiram, por exemplo, contratos de arrendamento da terra entre camponeses e proprietários. Surgiram, também, contratos de salário para pagamento do trabalho dos camponeses.

Lentamente foi surgimento rotas de comércio por toda a Europa, merecendo destaque as rotas do sul que eram organizadas pelas cidades italianas de Gênova e Veneza e as rotas do norte que se desenvolviam na região de Flandres.

Com o rápido crescimento do comércio e do artesanato nos burgos, a concorrência entre mercadores e artesãos aumentou bastante. Para regulamentar e proteger as diversas atividades surgiram as corporações. Cada uma dessas corporações reunia os membros de uma atividade, regulando-lhes a quantidade e a qualidade dos produtos, o regime de trabalho e o preço final. Procuravam assim eliminar a concorrência desleal, assegurar trabalho para todas as oficinas de uma mesma cidade e impedir que produtos similares de outras regiões entrassem no mercado local. Em cada oficina havia apenas três categorias de artesãos: mestres, oficiais ou companheiros e aprendizes.

Sociedade

A sociedade medieval era dividida em estamentos. Os três principais grupos eram nobreza, clero e servos.
Haviam outros grupos sociais, como os poucos comerciantes existentes na alta idade média. Foi somente na baixa idade média que surgiu a burguesia que rompeu com a característica da sociedade apresentada acima.
A sociedade medieval apresentava ausência de ascensão social e quase inexistia mobilidade social. Como o clero e a nobreza comandavam a sociedade, era comum o clero criar justificativas religiosas para que os servos não contestassem a sociedade. Era uma sociedade estamental.

Sociedade FeudalNa sociedade feudal cada grupo social detinha uma função. O clero cumpria a função da salvação da alma de todos, a nobreza deveria proteger a todos e os servos deveriam trabalhar para sustentar a todos. Assim se justificava a exploração do servo e a necessidade dele seguir os desígnios da Igreja. O camponês é servil, a relação de trabalho é servil. Era comum o servo, para obter as terras dentro do feudo do senhor feudal ou nobre, jurar fidelidade a esse senhor. Essa cerimônia era baseada na relação de suserania e vassalagem realizada entre suserano e vassalo. Ao jurar fidelidade um ao outro, o senhor se comprometia a proteger o servo. Porém, o servo deveria dar em troca um conjunto de obrigações que passaria para a História como obrigações servis. A terra é o maior símbolo de riqueza e poder;

Relações sociais - verticais ou horizontais:

 - relações sociais de servidão entre o Senhor das terras e o Camponês (servo) - não possuidor de terras - o servo deve obrigações ao senhor feudal. É uma relação vertical;
 - relações jurídico-políticas de Vassalagem: é a relação entre dois nobres. É uma relação horizontal. Os dois senhores feudais juram fidelidade e trocam benefícios e homenagens recíprocas;

Pirâmide social "de baixo p/ cima": Laboratores (servos), Belatores Nobreza), Oratores (Clero)
Suserano: nobre que doa a terra;
Vassalo: nobre que recebe a terra para nela trabalhar;
Investidura: é um ato solene que através do qual o nobre feudal torna-se suserano ou vassalo.

Obrigações do servo a seu senhor

Cada feudo compreendia uma ou mais aldeias, as terras cultivadas pelos camponeses, a floresta e as pastagens comuns, a terra pertencente à igreja paroquial e a casa senhorial, que ficava melhor cultivável. A base do sistema feudal eram as relações servis de produção. Os servos viviam em extrema miséria, pois, além de estarem presos à terra por força de lei, estavam presos aos senhores, a quem deviam obrigações como:
  - a talha
  - a corvéia
  - a banalidades

A talha era a obrigação de o servo dar, a seu senhor, uma parte do que produzia. Essa parte, em geral, correspondia à metade.
A corvéia era a obrigação que o servo tinha de trabalhar de graça alguns dias por semana no manso senhorial, ou seja, no cultivo das terras reservadas ao senhor.
As banalidades eram os pagamentos que os servos faziam aos senhores pelo uso da destilaria, do forno, do moinho, do celeiro etc.
Além, disso, uma parte da sua produção era destinada à Igreja. Tudo isso levava a um baixíssimo índice de produtividade, pois, além de as técnicas serem rudimentares, os servos não tinham a menor motivação para desenvolvê-las porque sabiam que, quanto mais produzissem, mais os senhores lhes sugariam.
Mapa das terras no Feudalismo
Típico feudo

O fator que mais contribuiu para o declínio do sistema feudal foi o ressurgimento das cidades e do comércio. Com o ressurgimento das cidades, os camponeses passaram a vender mais produtos e, em troca, conseguir mais dinheiro. Com o dinheiro alguns puderam comprar a liberdade. Outros simplesmente fugiram para as cidades  em busca de melhores condições de vida.

Características Políticas

Poder Político descentralizado nas mãos do Rei e centralizado nas mãos do senhor Feudal;
Trabalho Servil: os servos trabalhavam em troca de proteção;
Estado monárquico feudal (base- relação de subsistência e vassalagem entre a nobreza e o Rei);
Caráter Ideológico;
Igreja Católica (formadora de idéias).

Modo de Produção:

Campos abertos: terras de uso comum. Nelas os servos podiam recolher madeira e soltar os animais. Nesses campos, que compreendiam bosques e pastos, havia uma posse coletiva da terra.
Reserva senhorial: terras que pertenciam exclusivamente ao senhor feudal. Tudo o que fosse produzido na reserva senhorial era de sua propriedade privada.
Manso servil ou tenência: terras utilizadas pelos servos, das quais eles retiravam seu próprio sustento e recursos para cumprir as obrigações feudais.

Relação de Trabalho:

Era para legitimar as obrigações servis.

A. Corvéia: trabalhos gratuitos e obrigatórios realizados pelos servos durante alguns dias na semana nas terras do manso senhoril;
B. Talha: taxa paga pelo servo ao senhor feudal que consistia em metade da produção obtida no manso servil;
C. Banalidade: taxa paga pelo servo pelo uso de determinadas localidades do feudo;
D. Capitação: taxa que o servo pagava ao senhor feudal por cada membro de sua família dentro do feudo;
E. Dízimo: taxa paga à Igreja Católica pelo fato do servo respeitar a Igreja e ainda “comprar um terreno no céu”;
F. Taxa de casamento: era paga pelo servo ao senhor feudal, quando aquele fosse se casar com uma mulher pertencente a outro feudo;
G. Taxa de nascimento: taxa paga pelo servo, quando o seu filho nasce;
H. Taxa de justiça: é a taxa que o servo pagava ao senhor feudal para que se fizesse justiça dentro do feudo;
I. Taxa da mão-morta: taxa que o servo pagava ao senhor feudal para ocupar heranças.

Haviam outras taxas que variavam de região para região. Assim, o servo vivia uma grande exploração que permitia o sustento do restante da população.

Poder Ideológico da Igreja

A Igreja tinha grande poder ideológico e coercitivo sobre as pessoas da época. Até hoje a Igreja possui grande influência cultural.

A decadência do feudalismo

O crescimento da população, verificado entre os séculos XI e XIV, foi extraordinário. Os nobres aumentaram em número e tornaram-se mais exigentes com relação aos seus hábitos de consumo: isso determinava a necessidade de aumentar suas rendas e para consegui-lo, aumentou-se grandemente o grau de exploração da massa camponesa. Esta superexploração produziu protestos dos servos, consubstanciados em numerosas revoltas e fugas para as cidades. A repressão a esses movimentos foi enorme, mas a nobreza e o alto clero tiveram razões para temer por sua sobrevivência.
Paralelamente, importantes alterações do quadro natural provocaram sérias conseqüências. Durante o século XIII ocorrera uma expansão das áreas agrícolas, devido ao aproveitamento das áreas de pastagens e à derrubada de florestas. O desmatamento provocou alterações climáticas e chuvas torrenciais e contínuas, enquanto o aproveitamento da área de pastagens levou a uma diminuição do adubo animal, o que se refletirá na baixa produtividade agrícola. Com as péssimas colheitas que se verificaram, ocorreu uma alta de preços dos produtos agrícolas. Os europeus passaram a conviver com a fome.
Dificuldades econômicas de toda ordem assolavam a Europa, que passou a conviver com um outro problema: o esgotamento das fontes de minérios preciosos, necessários para a cunhagem de moedas, levando os reis a constantes desvalorizações da moeda. Isso só fazia agravar a crise.
No plano social, ao lado dos problemas já levantados, importa verificar o crescimento de um novo grupo: a burguesia comercial, residente em cidades que tendiam para uma expansão cada vez maior, pois passaram a atrair os camponeses e os elementos “marginais” da sociedade feudal.
Politicamente, a crise se traduz pelo fortalecimento da autoridade real, considerado necessário pela nobreza, temerosa do alcance das revoltas camponesas. A unificação política, ou surgimento dos Estados Nacionais, aparece, desta forma, como uma solução política para a nobreza manter sua dominação.
Finalmente, a crise se manifesta também no plano espiritual—religioso. Tantas desgraças afetaram profundamente as mentes dos homens europeus, traduzindo-se em novas necessidades espirituais (uma nova concepção do homem e do mundo) e religiosas (a igreja Católica não conseguia atingir tão facilmente os fiéis, necessitados de uma teologia mais dinâmica).
Esta crise é o ponto de partida para se compreender o processo de transição do Feudalismo ao Capitalismo. Para melhor compreenda-la, selecionamos alguns documentos que permitirão um entendimento das questões provocadas pela Peste Negra, no que se refere à demografia e às modificações na mentalidade da sociedade européia
A palavra feudo significa propriedade. O sistema feudal era um sistema social fechado, fundamentado na propriedade da terra.
Os senhores dos coutos (propriedades da Igreja) e das honras (propriedades da Nobreza) exerciam autoridade absoluta e só prestavam obediência ao rei.

Por: Natalie Rosa Pires

Fonte: http://www.coladaweb.com/historia/feudalismo

Vídeo-Aula:
 

terça-feira, 2 de setembro de 2014

A Transição do Feudalismo para o Capitalismo


O servo devia gratidão ao senhor pelo trabalho e proteção, a essa relação de dependência e gratidão dá-se o nome de vassalagem. Nesse período não existia trabalho assalariado, o que resultava numa dependência social entre senhor e servo.

No capitalismo as relações de produção e trabalho possuem características opostas ao feudalismo.
O sistema capitalista deixa explícita a função do dono dos meios de produção e do trabalhador que vende sua força de trabalho, outra característica fundamental do capitalismo é a incessante busca pelo aumento da produção, a busca de novos mercados consumidores e a busca de lucros.

Fases do capitalismo

Pré-capitalismo: ocorreu nos séculos XII ao XV, a produção era distribuída através das relações de troca de produtos, o trabalho assalariado não havia estabilizado, o produto era fruto do trabalho e não da venda da força de trabalho. Os artesãos eram donos dos ofícios (técnicas de trabalho), das ferramentas e da matéria-prima.

Capitalismo comercial: ocorreu entre os séculos XVI e XVIII, o artesão possuía autonomia, mas nesse período surgiu uma nova prática comercial. A maior parte do lucro ficava nas mãos dos comerciantes e atravessadores e não nas mãos de quem realmente produzia, essa é conhecida como a fase primitiva da acumulação de capital, e também pode ser considerada como uma fase de “especulação”.

Capitalismo industrial: é caracterizado pela aplicação de capital no setor industrial. O trabalho assalariado se fixa, e então fica nítido a separação de classes, à primeira classe pertencem os donos dos meios de produção e à segunda o trabalhador, que tem apenas sua força de trabalho.

O capitalismo industrial iniciou em meados do século XVIII na Inglaterra, se espalhou no século XIX por toda Europa, Estados Unidos e Japão e finalizou sua fase de expansão no século XX, alcançando as outras nações.

Capitalismo financeiro: é chamado também de capitalismo monopolista, nesta fase o capitalismo ficou marcado pelo poder do capital, das instituições financeiras. Os grupos e gigantescas multinacionais detinham os rumos do mercado, concentrando nas mãos um grande poder de decisão até mesmo no campo político.

Fonte: http://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/transicao-feudalismo-para-capitalismo.htm

Regra de Três Composta


Uma regra de três é composta quando envolve três ou mais grandezas, sejam elas 
diretamente  ou inversamente proporcionais. Antes de mais nada, lembremos que :

I - Se uma grandeza X é diretamente proporcional a duas ou mais grandezas 
A, B, C, D, ... ela será diretamente proporcional ao produto das medidas dessas 
grandezas A, B, C, D, ...

II - Se uma grandeza X é diretamente proporcional a A, B, C, ... e inversamente 
proporcional a M, N, P, ..., ela será diretamente proporcional ao produto das 
medidas de A, B, C, ...  pelo produto dos inversos das medidas de M, N, P, ... .

Vamos aprender, com exemplos, e utilizando as propriedades acima descritas, 
como resolver Regras de Três Compostas.

Exemplo 1 - Para pintar um muro de 12 metros de comprimento e 3 metros de 
altura são gastos 4 baldes de tinta. Quantos baldes de tinta serão necessários para 
pintar um muro de 18 metros de comprimento e 5 metros de altura ?

Iniciemos isolando a grandeza que contém o termo desconhecido e ordenemos as 
demais grandezas.

Tinta->Comprimento->Altura
4 baldes->12 metros 3 metros
x baldes->18 metros 5 metros
Verifiquemos se a grandeza do termo desconhecido é diretamente ou inversamente proporcional às demais grandezas proporcionais, e o faremos, sempre levando em conta que a grandeza não envolvida é constante. I - As grandezas quantidade de tinta e comprimento do muro são diretamente proporcionais, já que, quanto maior for o comprimento do muro mais tinta será gasto para pintá-lo. II - As grandezas quantidade de tinta e altura do muro são diretamente proporcionais, já que, quanto maior for a altura do muro mais tinta será gasto para pintá-lo. III - Como ambas as grandezas são diretamente proporcionais à grandeza quantidade de tinta, esta será diretamente proporcional ao produto das duas outras grandezas. Assim, teremos : Exemplo 2 - Para se alimentar 18 porcos por um período de 20 dias são necessários 360 kg de farelo de milho. Quantos porcos podem ser alimentados com 500 kg de farelo durante 24 dias ? Iniciemos isolando a grandeza que contém o termo desconhecido e ordenemos as demais grandezas.
Porcos->Tempo->Quantidade
18 porcos->20 dias->360 kg
x porcos->24 dias->480 kg
Verifiquemos se a grandeza do termo desconhecido é diretamente ou inversamente proporcional às demais grandezas proporcionais, e o faremos, sempre levando em conta que a grandeza não envolvida é constante. I - As grandezas quantidade de porcos e tempo são inversamente proporcionais, já que, quanto mais porcos comerem menos tempo durará o estoque de farelo de milho. II - As grandezas quantidade de porcos e quantidade de farelo são diretamente proporcionais, já que, quanto mais porcos, mais farelo será necessário para alimentá-los. III - Como a grandeza quantidade de farelo é diretamente proporcional e a grandeza tempo é inversamente proporcional à grandeza quantidade de porcos, esta será diretamente proporcional ao produto das medidas quantidade de farelo e o inverso da medida que exprime o tempo. Assim, teremos : Exemplo 3 - 10 operários trabalhando 8 horas por dia executam um certo trabalho em 12 dias. Em quantos dias 16 operários, trabalhando 6 horas por dia, executarão o mesmo trabalho ? Iniciemos isolando a grandeza que contém o termo desconhecido e ordenemos as demais grandezas.
Tempo ( dias )->Operários->Tempo ( horas )
12 dias->10 operários->8 horas
x dias->16 operários->6 horas
Verifiquemos se a grandeza do termo desconhecido é diretamente ou inversamente proporcional às demais grandezas proporcionais, e o faremos, sempre levando em conta que a grandeza não envolvida é constante. I - As grandezas tempo ( dias ) e número de operários são inversamente proporcionais, já que, quanto mais dias de trabalho menos operários serão necessários. I - As grandezas tempo ( dias ) e tempo ( horas ) são inversamente proporcionais, já que, quanto mais dias de trabalho menos horas diárias de trabalho serão necessários. III - Como a grandeza tempo em dias é inversamente proporcional à grandeza tempo em horas e inversamente proporcional à grandeza número de operários, esta será diretamente proporcional ao produto entre os inversos das medidas tempo em horas e número de operários. Assim, teremos :
Regra de Três Composta - Método Prático
Vamos aprender uma forma, ainda mais prática, para resolvermos problemas de Regra de Três Composta Exemplo 4 - 5 carros de um mesmo modelo consomem 200 litros de álcool em 6 dias, percorrendo uma certa quilometragem por dia. Em quantos dias, 12 carros desse mesmo modelo, percorrendo a mesma quilometragem por dia, consumirão 800 litros de álcool? Esse é um problema de regra de três composta, montemos a tabela das grandezas, mantendo a grandeza incógnita na primeira coluna, e indiquemos abaixo de cada coluna se as grandezas são diretamente ou inversamente proporcionais :
Tempo ( dias )->Quant. de Álcool ( litros )->Quant. de Carros
6 dias->200 litros->5 carros
x dias->800 litros->12 carros
DiretamenteInversamente
Analisando cada grandeza com a "grandeza incógnita, considerando constante os dados das demais, teremos : 1 - As grandezas quantidade de combustível ( álcool ) e o tempo são diretamente proporcionais, já que o aumento na quantidade de dias acarretará no aumento da quantidade de litros de álcool consumido. 2 - As grandezas tempo e quantidade de carros são inversamente proporcionais, já que o aumento na quantidade de carros, mantendo-se a quantidade de combustível constante, acarretará na diminuição na quantidade de dias. E dessa forma, invertendo-se os valores da grandeza inversa, teremos : Exemplo 5 - Um fazendeiro contratou 30 homens que trabalhando 6 horas por dia, em 12 dias prepararam um terreno de 2.500m2. Se tivesse contratado 20 homens para trabalhar 9 horas por dia, qual a área do terreno que ficaria pronto em 15 dias ? Esse é um problema de regra de três composta, montemos a tabela das grandezas, mantendo a "grandeza incógnita" na primeira coluna :
Área ( m2 )->Quant. de Homens->Jornada ( horas)->Tempo ( dias )
2.500 m2->30 homens->6 horas->12 dias
xm2->20 homens->9 horas->15 dias
DiretamenteDiretamenteDiretamente
Analisando cada grandeza com a "grandeza incógnita", considerando constante os dados das demais, teremos : 1 - As grandezas área e quantidade de homens são diretamente proporcionais, já que diminuindo-se a quantidade de homens, a área preparada diminuirá . 2 - As grandezas área e jornada de trabalho são diretamente proporcionais, já que aumentando-se a jornada diária de trabalho mais área poderá ser preparada. 3 - As grandezas área e tempo são diretamente proporcionais, já que quanto maior for o tempo maior será a área preparada. E dessa forma, teremos : Exemplo 6 - ( FAAP - SP ) Numa campanha de divulgação do vestibular, o diretor mandou confeccionar cinqüenta mil folhetos. A gráfica realizou o serviço em cinco dias, utilizando duas máquinas de mesmo rendimento, oito horas por dia. O diretor precisou fazer nova encomenda. Desta vez, sessenta mil folhetos. Nessa ocasião, uma das máquinas estava quebrada. Para atender o pedido, a gráfica prontificou-se a trabalhar 12 horas por dia, executando o serviço em : a) 5 dias b) 8 dias c) 10 dias d) 12 dias Esse é um problema de regra de três composta, montemos a tabela das grandezas, mantendo a "grandeza incógnita" na primeira coluna :
Tempo ( dias )->Quant. de Folhetos->Quant. de Máquinas->Jornada ( horas )
5 dias->50.000 folhetos->2 máquinas->8 horas
x dias->60.000 folhetos->1 máquina->12 horas
DiretamenteInversamenteInversamente
Analisando cada grandeza com a "grandeza incógnita, considerando constante os dados das demais, teremos : 1 - As grandezas tempo e quantidade de folhetos são diretamente proporcionais, já que aumentando-se a quantidade de folhetos, aumentará o tempo de execução . 2 - As grandezas tempo e Quantidade de Máquinas são inversamente proporcionais, já que diminuindo-se a quantidade de máquinas maior será tempo para produzir os folhetos. 3 - As grandezas jornada de trabalho e tempo são inversamente proporcionais, já que quanto maior for o número de horas trabalhadas por dia menor será a quantidade de dias para confeccionar os folhetos. E dessa forma, invertendo-se os valores das grandezas inversas, teremos :
Exercícios Propostos
01) 20.000 caixas de um mesmo tipo foram embaladas por 20 máquinas, em 5 dias, funcionando um certo número de horas por dia. Quantas caixas do mesmo tipo serão embaladas por 8 máquinas, em 12 dias, funcionando no mesmo ritmo das outras? 02) 3 caminhões, com a mesma capacidade de transporte, transportam 180 caixas do mesmo tipo em 5 dias, trabalhando um período por dia. Quantas caixas desse tipo serão transportadas por 5 caminhões, como os primeiros, em 8 dias, trabalhando no mesmo ritmo? 03) Na alimentação de 3 cavalos durante 7 dias consumiram-se 1.470 kg de alfafa. Para alimentar 8 cavalos durante 10 dias, quantos quilos são necessários? 04) Um bloco de mármore de 3 m de comprimento, 1,5 m de largura e 60 cm de espessura pesa 4.350 kg. Quanto pesará um outro bloco do mesmo mármore com 2,2 m de comprimento, 1,2 m de largura e 75 cm de espessura? 05) 5 carros de um mesmo modelo consomem 200 litros de álcool em 6 dias, percorrendo uma certa quilometragem por dia. Em quantos dias, 12 carros desse mesmo modelo, percorrendo a mesma quilometragem por dia, consumirão 800 litros de álcool? 06) 5 máquinas asfaltam 500 km em 24 dias, trabalhando um certo número de horas por dia. Em quantos dias, 4 máquinas desse tipo asfaltarão 750 km, trabalhando no mesmo ritmo das primeiras. 07) Vinte homens podem arar um campo em 6 dias, trabalhando 9 horas diariamente. Quanto tempo levarão para arar esse mesmo campo 12 homens trabalhando diariamente 4 horas menos ? 08) 3 faxineiros levam 8 dias para limpar um prédio, trabalhando 5 horas por dia. Quantas horas por dia deverão trabalhar 4 faxineiros, com o mesmo ritmo de trabalho que os anteriores, para limparem o prédio em 10 dias ? 09) Uma certa quantidade de ração é consumida por 6 cavalos, em 10 dias, sendo que cada cavalo consome 12 kg de ração por dia. Num período de racionamento a mesma quantidade deverá ser consumida por 8 cavalos em 15 dias. Quantos quilogramas cada cavalo poderá consumir por dia? 10) 3 torneiras iguais enchem um tanque de 5.000 litros de capacidade, em 10 h. Fechando uma das torneiras, em quanto tempo as outras despejarão 3.000 litros nesse tanque ? 11) 4 trabalhadores colhem 200 caixas, iguais, de laranjas, em 5 dias, trabalhando num certo ritmo. Quantas caixas de laranjas, iguais a essas, serão colhidas em 3 dias, por 6 trabalhadores, no mesmo ritmo de colheita ? 12) Uma viagem entre duas cidades foi feita de carro, em 4 dias, a uma velocidade de 75 km por hora, viajando-se 6 h por dia. Viajando a 80 km por hora durante 5 h por dia, em quantos dias iríamos de uma cidade à outra ? 13) Em 50 dias uma escola usou 6.000 folhas de papel para imprimir provas do tipo A e do tipo B, para 1.200 alunos. A escola tem 1.150 alunos, no momento. Quantas folhas serão usadas durante 20 dias, para imprimir dois tipos de provas semelhantes às anteriores ? 14) Uma máquina tem duas rodas dentadas: uma grande e outra pequena, encaixadas uma na. outra. A roda maior tem 30 dentes e a menor tem 20. A roda maior dá 12 voltas em 2 min. Quantas voltas dá a roda menor em 5 min ? 15) Quantos dias, gastarão 40 homens para preparar 10 km de uma estrada, se 24 homens preparam 15 km em 90 dias? 16) Numa fábrica de sapatos trabalham 16 operários e produzem em 8 horas de serviço 120 pares de calçados. Desejando ampliar as instalações para produzir 300 pares por dia, quantos operários são necessários para assegurar essa produção com 10 horas de trabalho diário ? 17) Dois cavalos cujos valores são apreciados como diretamente proporcionais às suas forças e inversamente proporcionais às suas idades, têm: o primeiro 5 anos e 4 meses e o segundo, 3 anos e· 8 meses. A força do primeiro está para a do segundo como 2 está para 5. Calcular o preço do primeiro, sabendo-se que o segundo foi vendido por R$ 1.280,00. 18) Um fazendeiro contratou 30 homens que trabalhando 6 horas por dia, em 12 dias prepararam um terreno de 2.500m2. Se tivesse contratado 20 homens para trabalhar 9 horas por dia, qual a área do terreno que ficaria pronto em 15 dias ? 19) Um trabalho é executado em 16 dias por 18 operários que trabalham 10 horas por dia. Em quantos dias 24 operários trabalhando 12 horas por dia, poderiam fazer o mesmo serviço ? 20) 36 operários, trabalhando 10 dias de 8 horas, fazem 60.000 m de certo tecido. Quantos dias de 6 horas serão necessários a 40 operários para que sejam feitos 70.000 m do mesmo tecido ? 21) Um operário levou 10 dias de 8 horas para fazer um poço de 100 m, num terreno cuja dificuldade é expressa por 4. Quantos dias de 6 horas levaria este operário para cavar um poço de 200 m, num terreno cuja dificuldade é expressa por 3 ? 22) Os 2/5 de um trabalho foram feitos em 10 dias por 24 operários, que trabalham 7 horas por dia. Em quantos dias se poderá terminar esse trabalho, sabendo que foram licenciados 4 operários e que se trabalham agora 1 horas a menos por dia ? 23) ( SANTA CASA - SP ) Sabe-se que 4 máquinas, operando 4 horas por dia, durante 4 dias, produzem 4 toneladas de certo produto. Quantas toneladas do mesmo produto seriam produzidas por 6 máquinas daquele tipo, operando 6 horas por dia, durante 6 dias ?
(A)  8(B)  15(C)  10,5(D)  13,5
24) ( FAAP - SP ) Numa campanha de divulgação do vestibular, o diretor mandou confeccionar cinqüenta mil folhetos. A gráfica realizou o serviço em cinco dias, utilizando duas máquinas de mesmo rendimento, oito horas por dia. O diretor precisou fazer nova encomenda. Desta vez, sessenta mil folhetos. Nessa ocasião, uma das máquinas estava quebrada. Para atender o pedido, a gráfica prontificou-se a trabalhar 12 horas por dia, executando o serviço em :
(A)  5 dias(B)  8 dias(C)  10 dias(D)  12 dias
25) ( CEFET - 1990 ) Uma fazenda tem 30 cavalos e ração estocada para alimentá-los durante 2 meses. Se forem vendidos 10 cavalos e a ração for reduzida à metade. Os cavalos restantes poderão ser alimentados durante:
(A)  3 meses(B)  4 meses(C)  45 dias(D)  2 meses
26) ( Colégio Naval - 1995 ) Se K abelhas, trabalhando K meses do ano, durante K dias do mês, durante K horas por dia, produzem K litros de mel; então, o número de litros de mel produzidos por W abelhas, trabalhando W horas por dia, em W dias e em W meses do ano será :

Fonte: http://www.matematicamuitofacil.com/regradetrescomposta.html

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